Doçura do silêncio
Antonio Miranda Fernandes

O céu escureceu e a chuva veio rápida
Fez pessoas correrem pisando poças d’água
Com passos desencontrados

Hipnotizou sob as marquises toda gente
E os olhares se tornaram distantes
Perdidos em quietudes e coisas do coração

Do lado de dentro de uma das janelas
Uma moça olhava o embaçado do vidro

Com a ponta do dedo e riscos de inundação
Inventou a imagem de um namorado

Desejou que ele permanecesse
Ficou imóvel como esperasse um beijo
Para não acordar a doçura do silêncio